quinta-feira, 9 de setembro de 2010

É hora de morrer



É HORA DE MORRER

O mestre Zen Ikkyu, conhecido pela iconoclastia e excentricidade, demonstrou sua esperteza desde criança, como mostra a história a seguir.

O professor de Ikkyu tinha uma xícara de chá preciosa, rara, antiquíssima. Que Ikkyu quebrou sem querer.

Como a sorte costuma fugir nestas horas, ele logo ouviu os passos de seu professor chegando na sala. Ikkyu então juntou os cacos e os escondeu atrás de si.

Quando seu mestre surgiu, ele perguntou:

- Por que as pessoas têm de morrer?

- Todas as coisas, sejam elas novas ou velhas, morrem uma hora, explicou o professor. Isto é um processo natural.

Ikkyu, mostrando a xícara quebrada, acrescentou:

- Pois é, a hora de morrer chegou pra sua xícara também.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ah, é?


Ah, é?

Uma linda japonesa, filha do dono de uma mercearia, morava perto do mestre Hakuin. Certo dia, seus pais descobriram que ela estava grávida, o que os deixou muito bravos. A garota não queria dizer o nome do rapaz, mas, de tanta pressão que seus pais fizeram, ela revelou que a criança era do Hakuin.

Num estado de fúria, os pais da jovem foram até o mestre e falaram de tudo e mais um pouco. O mestre, sempre respondia "Ah, é?".

Ao nascer, a criança foi levada a Hakuin. A esta altura, o velho mestre havia perdido sua reputação na cidade inteira. Ele não estava nem aí com os cidadãos e cuidou muito o melhor que pode do bebê. Conseguiu leite com alguns vizinhos, que também o ajudaram com outras coisas.

Um ano depois, a japonesa, mãe do bebê, não suportou a situação. Ela contou aos seus pais a verdade: o verdadeiro pai da criança era um jovem que trabalhava no mercado de peixe.

A mãe e o pai da garota correram até Hakuin para pedir perdão pelo grave erro que cometeram e também para pegar a criança de volta. Disseram a ele o que houve e quem era, de fato, o pai do bebê.

Hakuin estava de boa, tudo que disse foi "Ah, é?"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Haicai + Koan - Haikoan


sol de primavera - se passa sempre tão doce qual a cor do vento? | josé marins
de olhos fechados - a dama-da-noite no jardim sem luar | sérgio pichorim 
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